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Mais um artigo escrito à revista AGROVILLE: Salmão Selvagem X Salmão de Cativeiro
18, julho, 2018
Dr. Wendell Ugueto
Para comer o verdadeiro salmão, o ideal é comprá-lo em peixarias que possam informar a procedência, e prepará-lo em casa.
Salmão de cativeiro x selvagem
O salmão, cada vez mais, está presente em nosso cardápio. Aliás, quando se fala em saúde, costuma ser tratado como um aliado para alimentação saudável. O salmão é uma ótima fonte de proteína, rico em ômega 3, além de melhorar o humor, prevenir doenças cardiovasculares, Alzheimer e depressão. Mas existem propriedades diferentes entre o salmão selvagem, que é pescado de maneira natural, do salmão cultivado em cativeiro. Aliás, no Brasil, o salmão mais comum é o de cativeiro. Então, vamos entender as diferenças para saber se realmente estamos consumindo um alimento saudável.
O salmão é um peixe natural das costas do Atlântico Norte e Pacífico, que nasce em água doce, migra para o oceano e retorna à água doce para se reproduzir. É intensamente produzido através da aquicultura (cativeiro) em muitas partes do mundo, como os lagos da América do Norte, da Escandinávia e os lagos Chilenos. A coloração característica do salmão selvagem é devido a sua alimentação ser proveniente principalmente de outros peixes, pequenos crustáceos e algas.
Já, o salmão de cativeiro é colorido artificialmente com um produto adicionado à alimentação dos animais chamado astaxantina que, aliás, não é recomendada para o consumo humano.
As Astaxantinas que tingem a carne do salmão são substâncias sintéticas derivadas do Petróleo, que, em grandes quantidades, podem causar problemas de visão e alergias e, segundo estudos recentes, podem ser tóxicas e carcinogênicas. A título de comparação, 100g de salmão com corante tem as mesmas toxinas que um ano consumindo enlatados.
Em 2004, a revista Science publicou uma pesquisa coordenada pela State University de Nova York, em Albany (EUA), que afirmava que o salmão de cativeiro era um inimigo da saúde porque esses pigmentos eram substâncias cancerígenas.
Existem ainda outras significativas razões para se evitar o salmão de cativeiro; entre elas está a baixa concentração de ômega 3, estando abaixo em 50% com relação ao salmão selvagem. Para desanimar mais ainda, o salmão de cativeiro é mais rico em contaminantes ambientais.
Se você deseja os benefícios do salmão verdadeiro, primeiro certifique-se sua procedência. Infelizmente, não há uma exigência da ANVISA que os rótulos identifiquem se o peixe foi criado em cativeiro ou ao natural, mas muitas embalagens trazem o país de origem. Os melhores são provenientes do Alasca e da Rússia. Se for do Chile, evite, pois metade do salmão consumido no mundo vem de cativeiros chilenos.
O preço também é uma boa referência e, infelizmente, o salmão natural é caro. Um salmão que custe menos de R$ 40 o quilo provavelmente é de cativeiro. Outra dica importante é que o peixe de criadouro não resiste bem quando enlatado, logo, o salmão em lata provavelmente é verdadeiro.
Por conta do preço, os restaurantes costumam utilizar o salmão de cativeiro. Cobram caro e, na maioria das vezes, oferecem um peixe com valor nutricional baixo e elevada gordura ruim, que contém corantes, antibióticos e demais substâncias indesejáveis. Para comer o verdadeiro salmão, o ideal é comprá-lo em peixarias que possam informar a procedência, e prepará-lo em casa.
Vamos ficar atentos na hora da compra para poder usufruir da qualidade nutricional que o verdadeiro salmão selvagem pode nos beneficiar.